novembro 28, 2008

Restauração da Independência



Dá-se o nome de Restauração ao regresso de Portugal à sua completa independência em relação a Castela em 1640, depois de sessenta anos de regime de monarquia dualista (1580-1640) em que as coroas dos dois países couberam ambas a Filipe II, Filipe III e Filipe IV de Castela. Nos anos imediatamente anteriores a 1640 começou a intensificar-se o descontentamento em relação ao regime dualista em parte dos membros da classe aristocrática, dos eclesiásticos (principalmente os jesuítas, que exploraram nesse sentido as crenças sebastianistas – e, em geral, «encobertistas») e acaso também entre os interessados no comércio com as províncias ultramarinas do Atlântico. (…) A má administração do governo espanhol constituía uma grande causa de insatisfação dos Portugueses em relação à união com Castela. Dessa má administração provinha o agravamento dos impostos. (…) A 6-VII-1628 era expedida a carta régia que, sem o voto das Cortes (por tradição, indispensável para que se criassem novos tributos), mandava levantar, por meio de empréstimo forçado, as quantias necessárias para a defesa, durante seis anos, de todos os lugares dos nossos domínios ameaçados pelos estrangeiros. A população mostrou logo a sua má vontade. (…) A tensão agravou-se quando o clero (cujos privilégios o isentavam de tais imposições) se viu também incluído na colecta geral. (…) Também no Ultramar surgiram protestos. (…) Em 1635 era estendido a todo o reino o imposto do «real de água», bem como o aumento do das sisas. Em 1634 confiava Olivares o governo de Portugal a uma prima co-irmã de Filipe IV, a princesa Margarida, viúva de Vicêncio Gonzaga, duque de Mântua. Ao mesmo tempo (fins de 1634) Miguel de Vasconcelos era transferido do seu posto de escrivão da Fazenda para as elevadíssimas funções de secretário de Estado, em Lisboa, junto da duquesa, cargo em que teve ensejo de desagradar muito aos Portugueses não partidários de Castela. (…) Num escrito editado em 1641, sob o título Relação de tudo o que se passou na felice aclamação, declara-se que D. António de Mascarenhas «fora a Évora a amoestar aos cabeças daquela parcialidade que não desistissem do começado e que, para que a empresa tivesse bom sucesso, pedissem amparo à Casa de Bragança». Era no duque, com efeito, que se pensava para chefe da insurreição e futuro monarca de Portugal independente; mas ele não achava oportuno o momento para tão grande aventura, e tratou de dar provas públicas de que reprovava a ideia. É de notar, todavia, que aos incitamentos internos se acrescentava um exterior, provindo da França, (…) então em luta com a Espanha, [que] se empenhava em impelir Portugal e a Catalunha contra o governo de Madrid. (…) Em 1638 tomou o conde-duque uma outra resolução que descontentou a nossa gente: a pretexto de os consultar sobre uma projectada reforma da administração do nosso País, convocou a Madrid grande número de fidalgos, e ordenou levas de tropas para servir nas guerras que a monarquia espanhola sustentava, sangrando assim Portugal das suas maiores forças. (…) O que veio dar mais impulso à ideia da independência foram as novas exigências do conde-duque. Em Junho de 1640, com efeito, insurgia-se a Catalunha, e Olivares pensou em mandar portugueses a combater os catalães revoltados, ao mesmo tempo que se anunciavam novos impostos. (…) Aderiram à conjura o juiz do povo, os Vinte e Quatro dos mesteres e vários eclesiásticos, entre os quais o arcebispo de Lisboa, D. Rodrigo da Cunha. Deram também a sua colaboração o doutor Estêvão da Cunha, deputado do Santo Ofício, e D. António Telo. Em Outubro realizou-se uma reunião conspiratória no jardim do palácio de D. Antão de Almada, a S. Domingos, em Lisboa. Assistiram, além dele, D. Miguel de Almeida, Francisco de Melo, Jorge de Melo, Pêro de Mendonça e João Pinto Ribeiro. (…) Teve também influxo na resolução a mulher do futuro Monarca, D. Luísa de Gusmão. (…) Chegado a Lisboa a 21-XI-1640, João Pinto Ribeiro convocou os conspiradores para uma reunião num palácio que o duque tinha em Lisboa e onde ele, João Pinto, residia. Decidiu-se estudar em pormenor o plano do levantamento, amiudando-se as reuniões. Por fim, marcou-se o momento de sublevação: 9 horas da manhã de sábado, 1.º de Dezembro. Na noite de 28 para 29 surgiram complicações, por haver quem julgasse que eram poucos os conjurados; mas João Pinto Ribeiro, a quem quiseram encarregar de transmitir ao duque o intuito de se adiar, opôs-se tenazmente a tal ideia, numa discussão que se prolongou até as 3 horas da manhã. (…) O dia 1.º de Dezembro amanheceu de atmosfera clara e muito serena. Tinham-se os conjurados confessado e comungado, e alguns deles fizeram testamento. Antes das 9 horas foram convergindo para o Terreiro do Paço os fidalgos e os populares que o padre Nicolau da Maia aliciara. Soadas as nove horas, dirigiram-se os fidalgos para a escadaria e subiram por ela a toda a pressa. Um grupo especial, composto por Jorge de Melo, Estêvão da Cunha, António de Melo, padre Nicolau da Maia e alguns populares, tinha por objectivo assaltar o forte contíguo ao palácio e dominar a guarnição castelhana, apenas os que deveriam investir no paço iniciassem o seu ataque. Estes rapidamente venceram a resistência dos alabardeiros que acudiram ao perigo e D. Miguel de Almeida assomou a uma varanda de onde falou ao povo. Estava restaurada a independência…

Bibliografia: In Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, Editorial Enciclopédia,Vol. 25, Lisboa/Rio de Janeiro, 1978, pp. 317-319.

novembro 24, 2008

Vencedor do Concurso Quadras de São Martinho

Quadras do São Martinho

Neste Novembro no dia 11,
Vamos comer até jantar,
Não vou andar a beber vinho,
Para não me embebedar.

As castanhas a cair,
S.Martinho a apoiar,
Dá a sua capa a um mendigo,
Porque gosta de ajudar.

Na próxima terça-feira,
Vamos aos Arcos passear,
Entramos na Epralima,
Para ver as castanhas a assar.

Na festa da Epralima,
Vamos lá todos cantar,
Comendo castanhas e bebendo Suminho,
Vamos todos festejar.

Na festa da Epralima,
O S.Martinho vamos celebrar,
Junto dos nossos colegas,
Todos iremos dançar.


Luís Marques, CEF9

O prémio será entregue no final do ano lectivo. Todos os alunos que participaram ficam com cinco pontos, ao vencedor serão atribuídos dez. Estes pontos são acumuláveis com outros concursos organizados pela Mediateca, o aluno que tiver o maior número de pontos ganha.

novembro 20, 2008

Sugestão de Leitura



A Lua de Joana

Autora: Maria Teresa Maia Gonzalez


Este livro pode ser considerado uma espécie de diário (apesar de não o ser), porque a personagem principal escreve cartas para uma amiga que já morreu, contando-lhe tudo o que se passa na vida dela. Trata-se de uma história de uma rapariga chamada Joana, que perdeu a sua melhor amiga, quando esta se envolveu com as drogas. Joana interrogava-se ao tentar entender o que teria levado a sua amiga Marta a fazer aquilo. Joana era uma rapariga exemplar, na escola e em casa, mas tudo mudou quando ela se envolveu com uma amiga da Marta, a Rita, (a amiga que teria levado Marta a envolver-se com as drogas), e com o próprio irmão da Marta, o Diogo, também vítima das drogas. Devido à morte da sua avó, a pessoa de quem ela mais gostava no mundo e a falta de atenção e de diálogo por parte dos pais, levou a que ela se começa-se a sentir só e as únicas pessoas que, lhe derem atenção, foram a Rita e o Diogo. Ela começou a vender as suas coisas, para conseguir dinheiro, para ajudar Diogo acabando também ela por se envolver com as drogas. Um dia ela olhou-se ao espelho e reparou como tinha mudado, entendendo agora, como, tão facilmente Marta se tinha envolvido com a droga. Joana tentou abandonar as drogas mas …

Esta disponível na tua Mediateca para requisição.

novembro 17, 2008

Hoje comemora-se o dia Nacional do não fumador


Os pulmões de um não fumador e de um fumador.


Reflexões sobre o tabaco

Na Europa, o fumo do tabaco é responsável por um milhão e 200 mil mortes anuais, prevendo-se que, em 2020, este número ascenda a dois milhões.


O tabaco constitui um factor de risco importante de doenças vasculares arteriais: coronárias, cerebrais da circulação periférica. É referido que 20% da mortalidade, por doença coronária, deve-se ao tabaco.

Devido ao tabaco nascem bebés de baixo peso (filhos de mães fumadoras); morrem todos os anos cerca de três milhões e 500 mil pessoas.

Apenas 18% da população portuguesa associa habitualmente o tabagismo com as doenças Cardiovasculares.


O risco de fumar, em vários países constitui a causa prematura de ataque cardíaco. É de esperar que nos E.U.A o tabaco seja responsável, em 2030, por 10 milhões de óbitos, o que, equivalerá à perda de uma vida de três em três segundos.

novembro 06, 2008

Escritor do mês


Saramago nasceu numa aldeia do Ribatejo, chamada Azinhaga. De uma família de pais e avós pobres. Para garantir o seu sustento, formou-se uma escola técnica. O seu primeiro emprego foi como mecânico de carros. Entretanto, fascinado pelos livros, à noite visitava com grande frequência a Biblioteca Municipal Central - Palácio Galveias em Lisboa.
Aos 25 anos publica o primeiro romance Terra do pecado (1947), mesmo ano de nascimento da sua filha, Violante, fruto do primeiro casamento com Ilda Reis – com quem casou em 1944 e permaneceu até 1970 - nessa época, Saramago era funcionário público; em 1988, casou-se com a jornalista e tradutora espanhola María del Pilar del Río Sánchez, que conheceu em 1986, ao lado da qual continua a viver. Em 1955, começa a fazer traduções para aumentar os rendimentos – Hegel, Tolstói e Baudelaire, entre outros autores a quem se dedica.
Depois de Terra do Pecado, Saramago apresenta ao seu editor o livro Clarabóia, que, rejeitado, permanece inédito até hoje. Saramago persiste nos esforços literários e, 19 anos depois – então funcionário da Editorial Estudos Cor - troca a prosa pela poesia e lança Os poemas possíveis. Em um espaço de cinco anos, depois, publica sem alarde mais dois livros de poesia, Provavelmente alegria (1970) e O ano de 1993 (1975). É quando troca também de emprego, abandonando os Estudos Cor para ingressar nos jornais Diário de Notícias, depois no Diário de Lisboa. Em 1975, retorna ao Diário de Notícias como director-adjunto, onde permanece por dez meses, até 25 de Novembro do mesmo ano, quando os militares portugueses intervêm na publicação (reagindo ao que consideravam os excessos da Revolução dos Cravos) demitindo vários funcionários. Demitido, Saramago resolve dedicar-se apenas à literatura, substituindo de vez o jornalista pelo ficcionista: “(...) Estava a espera de que as pedras do puzzle do destino – supondo-se que haja destino, não creio que haja – se organizassem. É preciso que cada um de nós ponha a sua própria pedra, e a que eu pus foi esta: “Não vou procurar trabalho”, disse Saramago numa entrevista à revista Playboy, em 1988[1].
Três décadas depois de publicado Terra do pecado, Saramago retorna ao mundo da prosa ficcional com Manual de pintura e caligrafia. Mas, ainda não foi aí que o autor definiu o seu estilo. As marcas características do estilo saramaguiano só apareceriam com Levantado do chão (1980), livro no qual o autor retrata a vida de privações da população pobre do Alentejo.
Dois anos depois de Levantado do chão (1982) surge Memorial do convento, livro que conquista definitivamente a atenção de leitores e críticos. Nele, Saramago mistura factos reais com personagens inventados: o rei D. João V e Bartolomeu de Gusmão, com a misteriosa D. Blimunda e o operário Baltazar, por exemplo.
De 1980 a 1991, o autor traz a lume mais quatro romances que remetem a factos da realidade material, problematizando a interpretação da "história" oficial: O ano da morte de Ricardo Reis (1984) - sobre as andanças do heterónimo de Fernando Pessoa por Lisboa; A jangada de pedra (1986) - quando a Península Ibérica solta-se do resto da Europa e navega pelo Atlântico; História do cerco de Lisboa (1989) - onde um revisor é tentado a introduzir um "não" no texto histórico que corrige, mudando-lhe o sentido; e O Evangelho segundo Jesus Cristo (1991) - onde Saramago reescreve o livro sagrado sob a óptica de um Cristo humanizado.
Nos anos seguintes, entre 1995 e 2005, Saramago publicava mais seis romances, dando início a uma nova fase em que os enredos não se desenrolam mais em locais ou épocas determinados e personagens dos anais da história se ausentam: Ensaio sobre a cegueira (1995); Todos os nomes (1997); A caverna (2001); O homem duplicado (2002); Ensaio sobre a lucidez (2004); e As intermitências da morte (2005). Nessa fase, Saramago penetra de maneira mais investigativa os caminhos da sociedade contemporânea.
Prémios
• Prémio Internacional Literário Mondello (Palermo), 1992 (Conjunto da Obra).
• Prémio Literário Brancatti (Zafferana/Sicília), 1992 ( pelo conjunto da obra)
• Prémio Vida Literária da Associação Portuguesa de Escritores (APE), 1993
• Prémio Consagração SPA (Sociedade Portuguesa de Autores), 1995
• Prémio Nobel da Literatura, 1998

novembro 04, 2008

As festas do S.Martinho são especiais
Á gente alegre e gente aborrecida
No S.Martinho á castanhas e vinho
Vinho verde do norte.
S.Martinho é a melhor e a maior
Festa do mundo.

Gabriel Magalhães
Técnico de Electrónica
É na nossa escola Epralima
Com o S.Martinho
Sobre o rio Lima
Que vai fazer o magusto.

Estava no dia de S.Martinho
E bebia muito vinho
Comecei a cantar o hino
E acabei por perder o tino

No dia de São Martinho
É dia de broa, castanhas e vinho
Estamos na festa do vinho
Altura da borracheira

Turma L

Em dia de S.Martinho
Come-se boas castanhas
Bebe-se bom vinho
E toca-se umas concertinas

Turma L

Na escola da Epralima
É dia de S.Martinho
Comemos três castanhas
E bebemos dez golos de vinho

Caem em Outubro do castanheiro
Como as folhas de Outono
E o amigo trigueiro
Fez esta quadra não sabe como

Fui apanhar castanhas
Piquei-me num ouriço
Matei um porco
Comi o chouriço

Turma L

O S.Martinho é nosso amiguinho
Traz-nos a castanha e o vinho
Nós levamos a boa disposição
E a animação

Estava no meu souto
Vi duas ladras
A apanhar castanhas
De um bolso para o outro
Estava a comer castanhas
Com a minha amiga Andreia
De tantas que comi
Deu-me a diarreia

Turma L

Em S.Martinho
Come-se castanhas
E bebe-se bom vinho
E a borracheira apanhas

Em S.Martinho
Dançamos
Cantamos
Brincamos

No dia 11 de Novembro
O Pascoal comia e bebia
No final de Dezembro
Já não sabia para onde ia

Turma L